segunda-feira, 22 de abril de 2013

Workshop Aberto de Danças do Mundo

No sábado, dia 20 de Abril, decorreu o segundo Workshop Aberto de Danças do Mundo na Liga dos Amigos de Alenquer, dinamizado por Miguel Silva.

Mais de duas dezenas de pessoas de todas as idades tiveram a possibilidade de dançar ritmos belgas, suecos, israelitas, sem faltar os corridinhos e os «mata-barata» portugueses, numa tarde bem passada, com muita boa disposição e alegria.

Ficam as fotos para testemunho.
 
                                                                      Dança israelita

Dança israelita

                                                                      Dança portuguesa

                                                                      Dança portuguesa

                                                          O cantinho para os mais novos






sexta-feira, 12 de abril de 2013

Trupe de Teatro os 4 e o Burro - retrospetiva






Fundada em 2001 com a peça "Ruzante Volta da Guerra" peça do século XVI da autoria do italiano Angelo Beolco, a Trupe de Teatro "Os 4 e o Burro" foi inicialmente criada com o objectivo de formar um grupo de teatro de rua, para contornar a ausência de palcos em Alenquer. 
  
Personagens          &      Interpretes 


Ruzante ----------------- Álvaro Santos Gomes                      Menato ----------------- Paulo Carvalho  
Nhua  ------------------- Maria Albertina Lopes   
Rufia  ------------------- José Lopes  
Burro ------------------- A Burra Agrípina 

Encenação  ------------ Álvaro Santos Gomes
Assistente de Encenação  ----  Maria Albertina Lopes
Figurinos  --------------  Ana  Afonso
Costureira  -------------  Gertrudes  Lobo
Cenografia  ------------  José  Teles
Adereços de Cena ----  A  Trupe
Luz  &  Som  ----------  Ângelo  Rodrigues

                                                                                             


Seguindo essa orientação, surgiu a peça seguinte "A Farsa de Mestre Pathelin", também do século XV e de autor anónimo. 

Um protocolo com o Sporting Clube de Alenquer em 2003 viria a dar uma casa temporária ao Grupo que aí estreou "O Pagador de Promessas" de Dias Gomes, e "Deus lhe Pague", de Juracy Camargo. 


"Pranto por Ignacio" a partir da obra homónima de Federico Garcia Lorca, estreia na edição de 2006 da Feira da Ascensão de Alenquer, com a colaboração do Grupo de Sevilhanas do Clube Taurino Alenquerense.

A peça seguinte "Um pedaço de céu que me fugia", foi uma homenagem póstuma do Grupo ao actor alenquerense Pedro Pinheiro, com estreia no auditório Damião de Goes.




Em 2010 a Trupe reencontraria o autor Dias Gomes com "O Santo Inquérito" levada à cena na Sociedade Recreativa do Camarnal. 

"Felizmente Há Luar" de Luís Sttau Monteiro, marcou o início da colaboração entre a Trupe e a Liga dos Amigos de Alenquer, que acolhe o centenário teatro Ana Pereira, que está a ajudar a recuperar. 

 
 








 













Ficha técnica:

Com Frederico Rogeiro, Álvaro Santos Gomes, Pedro Espada Cordeiro, Maria Albertina, Andreia Serafim, Ana Marta Luís, Virgílio Morais, Adolfo Costa, Leopoldo Rodrigues, João Tralha, e Armando Valle-Quaresma. Encenação: Álvaro Santos Gomes. Luz e Som: Carlos Vicente. Guarda-roupa: Dália Flores (Arte & Costura).

domingo, 7 de abril de 2013

TertúLi(g)a dos Amigos de Alenquer - "Património, o que recuperar e como recuperar"



A primeira sessão da TertúLi(g)a dos Amigos de Alenquer, promovida  pelo Grupo Debater Alenquer na noite de sexta feira, dia 5 de Abril de 2013, abriu com chave de ouro a iniciativa, pelo tema em discussão e pela elevação do debate e dos oradores que, pelo trabalho académico, profissional ou autodidata realizado em prol do tema do Património de Alenquer, se encontravam bem documentados e instruídos, tendo contribuído para o esclarecimento dos participantes.

O Grupo Debater Alenquer, através dos seus promotores (José Carlos Morais, Carlos Ferreira, Guilherme Coelho e Nuno Cruz Inácio) convidaram para desenvolver o tema “Património, o que requalificar e como requalificar”, Filipe Soares Rogeiro, João Galvão Teles e José Lourenço.


Depois da introdução da parte da Liga dos Amigos de Alenquer, a agradecer aos promotores do debate terem aceite o desafio de saírem do mundo virtual do Facebook para o mundo real e a abrir as portas a outros grupos e temas de interesse municipal que queiram usufruir deste espaço, foi a vez do grupo Debater Alenquer apresentar os participantes escolhidos e dar voz aos mesmos.

João Galvão Teles (jurista, estudioso do tema) abriu as apresentações, com uma abordagem centrada na análise à estratégia de desenvolvimento urbanístico do concelho que, privilegiando a dispersão num dos maiores concelhos em área, aumenta os custos em infraestruturas para levar a todos os fogos os serviços indispensáveis (água, eletricidade, esgotos) e os outros (televisão por cabo, gás, etc), aumenta o isolamento dos mais velhos e a precarização do edificado (referindo-se muitas vezes à desertificação da Vila Alta), dificultando a acessibilidade aos principais equipamentos (centro de saúde, piscinas, pavilhão polidesportivo, escolas). É uma estratégia que desativa progressivamente o tecido comercial dos centros,  que se veem descaracterizados e desprovidos de habitantes.

José Lourenço (jurista, com tese de mestrado sobre a indústria na Vila de Alenquer) abordou um pouco a história da evolução da Vila, desde que estava contida nas muralhas do Castelo e o seu traçado, até ao seu desenvolvimento para a periferia depois da construção do Convento de S. Francisco.

Referiu-se à iniciativa de, em 1993, a Câmara Municipal de Alenquer ter criado um Gabinete Técnico Local, coordenado pelo Arquiteto Miguel Beleza, que liderava uma equipa multidisciplinar tendo em vista a preparação de um plano de salvaguarda e reabilitação do centro histórico.




Sobre as considerações de usar a expressão «Revitalizar» em vez de «Reabilitar», foram levantados alguns argumentos,  considerando-se que uma intervenção deverá ser feita com escala e levando em conta a regeneração do tecido social. “Se só existir «reabilitação» e não houver «revitalização», daí por uns anos terá de se voltar a reabilitar, porque não se cuidou.” (João Galvão Teles)

Mas seja qual for a intervenção que se desenvolva, no centro histórico ou nas ruínas industriais (segundo José Lourenço a Vila industrial de Alenquer tem um aspeto único que deveria ser mais explorado), deverão ser sempre colocadas a priori as seguintes perguntas, sem resposta às quais qualquer ação não terá sentido.
·         Para quê?
·         Porquê?
·         Para quem?
·         Como?

Filipe Rogeiro (historiador, diretor do Arquivo Municipal), mencionou  o trabalho desenvolvido de criação, inventariação e localização dos núcleos urbanos tradicionais para os dossiers de caracterização do Plano Diretor Municipal. A sua resposta à pergunta «O que qualificar?» irá para estes núcleos urbanos tradicionais, ilustrando com o caso da Vila Alta, cujos perímetros de 50 metros de proteção dos vários imóveis de interesse público (Castelo, Igreja da Misericórdia, Portal Manuelino do Convento de S.Francisco, Igreja de S.Pedro, com o túmulo de Damião de Gois) em alguns casos se sobrepõem entre si. Aliás, o concelho de Alenquer é o segundo dos concelhos do Oeste com mais edifícios de interesse cultural (22), só antecedido pelo de Torres Vedras (com 26).


Filipe Rogeiro comunicou ainda a recente abertura do IGESPAR para analisar a recuperação da Igreja de Santa Catarina, com a qual se congratula, depois de um século de degradação. Galvão Teles sugeriu a recuperação da Antiga Associação de Proteção do Património, com iniciativas que poderiam passar por prémios de reabilitação, para as reabilitações melhor sucedidas e José Lourenço rematou que o mote teria de ser “salvaguardar, revitalizar, rejuvenescer”, evitando a criação de «postais ilustrados».

O moderador José Carlos Morais concluiu, a partir das intervenções realizadas, que a reabilitação do património construído passa pela identificação e classificação que não se restrinja a edifícios, mas que se estenda a áreas urbanas tradicionais. Estas devem ter uma regulamentação específica de proteção em sede de PDM e serem reabilitadas por forma a que regresse a vida a estes núcleos tradicionais. Não basta cuidar dos edifícios é preciso devolver a vida as estas zonas degradadas dos centros urbanos. As autarquias devem desempenhar um papel proativo na promoção desta regeneração dos núcleos urbanos tradicionais. A sessão terminou com o convite da Liga de tomarem aquele como um espaço aberto à continuidade deste ou de outros debates importantes para o concelho.


Das participações da assistência salienta-se a de uma jovem (Margarida Riso) que apelou a que se apontassem caminhos de futuro, em vez de fomentar a discussão estéril de atribuição de culpas do passado à falta de vontade política para levar alguns esforços mais longe. Algumas vozes que se levantaram procuravam incentivar à criação de um movimento de reflexão e debate, que se mobilizasse no sentido de intervir no que estivesse ao seu alcance, agindo como um grupo de pressão junto do poder autárquico.

Perante o choque entre o entusiasmo da juventude e o ceticismo dos que já viram outras tantas iniciativas idênticas esmorecer, deixamos a frase de Margaret Mead (antropóloga) como uma réstia de esperança: "Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos atentos e empenhados pode mudar o mundo. Na verdade, é a única coisa que o tem feito."